Chegou
até nós o texto de Fabrício Carpinejar o qual nos propomos analisar neste momento.
De início, gostaríamos de afirmar não termos nada contra o autor – que sequer conhecemos
–, apenas nos propomos analisar as ideias que foram exaradas.
Não
assistimos ao seriado Boneca Russa,
classificado como comédia dramática, que, em linhas simples, nos pareceu
tratar-se de viagem no tempo ou coisa parecida. Gostamos do tema e nos pareceu ser
uma boa indicação que pretendemos assistir posteriormente.
Muito
bem, o autor diz:
"Se
você pudesse voltar ao passado para consertar os erros, produziria novos erros
sem saber."
Afirmativa
forte que não se reveste de uma verdade absoluta: Pois, pode ser que sim, bem
como pode ser que não. Na verdade, depende, antes de tudo, de consciência!
Do quanto sejamos conscientes ou não. Além disto, erros se fundam no não saber.
De
qualquer modo, se pudéssemos voltar ao nosso passado, não significa restritamente
que não saberíamos ou que o nosso não saber – que é sempre momentâneo – seria absoluto.
Ou seja, como estamos sempre aprendendo, poderíamos fazer, na nova
oportunidade, sabendo. Na verdade, as possibilidades são infinitas. Este o
problema!
Aliás, estou
para lhes dizer que na realidade teremos de fazer uma visita ao passado para
solucionarmos as nossas questões do presente e do futuro. Consequentemente, não
podemos alterar o presente ou o futuro se não revisitarmos o passado.
“Ajeitar
o que deu errado corresponderia a mudar a sua própria linha cronológica e
desencadear outros desdobramentos que fugiriam de seu controle e poderiam ser
bem piores.”
Existe CERTA verdade na afirmação dita. Todas
as teorias de viagem no tempo consideram que qualquer alteração do passado se
refletiria no presente e no futuro. Porém, a direção destas mudanças é a grande
questão: Se podem ser alteradas para pior, por que não poderiam ser igualmente alteradas
para melhor?
“Pelos
remendos feitos, talvez você estivesse hoje num relacionamento sem amor, já que
não iria se separar mais, ou num emprego vazio, já que não seria mais demitido.”
Simples
especulações que não refletem necessariamente uma verdade, mas foi utilizada
como simples reforço de argumento, porém um reforço “forçado”... Para sermos
gentis!
No caso presente
estamos trabalhando com suposições, possibilidades. E estas podem ser positivas
tanto quanto negativas. Não existem garantias ou provas de que as
possibilidades deverão ser deterministicamente negativas.
“Mexer
no passado é anular os sucessos que vieram do amadurecimento.”
Não
necessariamente, porque, estamos sempre em aprendizagem e amadurecimento; mesmo
que estes ocorram lentamente e em grandes lapsos de tempo. Inclusive não
aprender redundará em aprendizagem ao longo do tempo. Por conseguinte, todos nós
progredimos inexoravelmente. Apenas não veem assim os que pensam existir apenas
uma única existência e desconsideram a existência das Dimensões Espirituais. Porém,
se assim fosse, se existisse apenas uma única existência, isto geraria grandes
problemas. Por exemplo, como acertaríamos os erros que cometemos? Os pecados que
geramos? Os desequilíbrios que causamos? Dentre tantas outras questões?!
“A dor nos impulsiona a ser mais, a frustração
desenvolve habilidades de convívio e de aproximação.”
É
verdade, a dor nos impulsiona à melhoria e ao progresso. Claro, aprendemos com
tudo. Tudo nos resulta em material didático, mesmo os acontecimentos ruins,
negativos e etc. Tudo concorre para a nossa evolução, inclusive o Mal.
Por outro
lado, não significa que as frustrações gerarão necessariamente os resultados propostos.
Pode, e, aliás, acreditamos que na maioria das vezes, gerarão resultados contrários.
“Talvez eu não tivesse meus filhos, talvez eu não estivesse ao lado da mulher
que amo tanto, talvez não tivesse a minha vida que admiro.”
Pode ser!
Realmente, são possibilidades. O TALVEZ, na frase, foi bem expresso! Mas, o
fato de não estarmos com quem amamos (ou pensamos amar) hoje, significaria que
não encontraríamos novos amores, ou não aprenderíamos amar outras pessoas?
A Vida é
maior e mais misteriosa do que supomos e, na verdade, existem mais perguntas
sem respostas do que o contrário... Assim, nos encontramos diante de um grande
desconhecido!
“Apagando
as tristezas apagaria também o meu gradual merecimento das alegrias.”
Isto não
é verdade, na realidade é um pensamento distorcido. Não significa que poderemos
ser felizes apenas se formos infelizes antes. Esta é uma distorção! A alegria,
a felicidade não tem de ser apenas resultante de tragédias ou de tristezas e
etc.
A alegria
é uma construção que realizamos ao longo do tempo, ela vem da harmonia, do equilíbrio.
E a tristeza advém do desequilíbrio, do erro, da ignorância e etc.
“Alterar o nosso tempo é perder a ingenuidade das decisões.”
Pode ser
que sim, bem como pode ser que não. Na verdade, decisões ingênuas podem ser
mais destrutivas do que construtivas.
“É também
não ter aprendido com as falhas.”
Como
dissemos anteriormente, estamos sempre aprendendo, inclusive com a nossa falta
de aprendizagem. Quanto ao mais, apenas repetimos: Pode ser que sim, pode ser
que não.
“É também
não superar o remorso.”
Pode ser
que sim, pode ser que não. Porém, não significa que se alterássemos o passado
NUNCA superaríamos o remorso. Aliás, em nosso INCONSCIENTE podem ter muitos
remorsos aguardando redenção, que Deus em sua infinita misericórdia nos dá tempo
para nos prepararmos para enfrenta-los em um futuro próximo ou longínquo.
“É também
não se perdoar. É também não ser incrivelmente humano e improvisar.”
Nada
disto é certo. Não passam de especulações. Na realidade, quantas coisas existem
em nós no hoje sob as quais não nos perdoamos? Além disto, o nosso conceito de
humano está muito equivocado: Ser humano é ser equilibrado, consciente, maduro,
superior e etc. Não somos humanos
ainda, mas, sim, estamos a caminho (na construção) de nossa humanização. Porém,
este é um assunto para outra hora.