terça-feira, 23 de abril de 2019

A MORTE E AS RELIGIÕES...

Como descrever a surpresa da maioria dos homens e mulheres, ao redor do globo terrestre, que, ao fechar em definitivo os olhos carnais, se deparam com a continuidade da Vida? Eles e elas se sentem atormentados, incrédulos, desorientados, descrentes, desesperados e muitos etc´s, ante a realidade inconteste, ou, totalmente, contrária às concepções que trouxeram da esfera física.

Felizes os que mereceram amparo e são auxiliados nos trâmites desta hora, porém, grande maioria se vê a braços com a realidade nova. E quase sempre se sentem aturdidos, sem prazo definido. Quanto à Morte, esta não se importa com as nossas concepções religiosas ou em relação à ausência das mesmas. Ela é, simplesmente, aquela que arranca as nossas máscaras inapelavelmente. A única coisa respeitada pela Morte é a cota de Bem que houvermos praticado.

Então, diante da ausência significativa de Bem realizado, ou perante o Mal praticado, muitos suspiram no desejo de que a ausência total da razão, o não-ser, pudesse vir a ser uma verdade insofismável. Aproveitando o momento, não podemos deixar de dar aqui um aviso aos navegantes: A maioria daquilo que definimos como Bem, não passa de simples obrigação moral de nossa parte.

Em vencendo as dificuldades iniciais, as quais não possuem termo definido, surge ante os nossos olhos a questão religiosa em sua feição real: O quanto de Bem espargimos pelos caminhos da vida, o valor que atribuímos às lições da Vida e o respeito que alimentamos perante o Criador de Tudo. Se respeitarmos o Criador, respeitaremos tudo quanto existe e vice e versa.

A segunda surpresa, que sacode os mais recônditos refolhos de nosso ser, é constatar que alguma coisa permanece e sobrepaira acima de toda e qualquer cogitação meramente intelectual ou preconceituosa. Nesta hora, doloridamente, nos deparamos com o nosso orgulho, a nossa vaidade, prepotência, intelectualismo e etc, onde voluntariamente estacionamos, trazendo severos prejuízos ao nosso ser.

Mas ante a presença da realidade incontestável, mais ou mais tarde, terminamos por comprovar que nos cultivamos como simples flores de estufa, portanto, sem condições agora de enfrentar ou suportar o clima das realidades eternas. Assim, deparamo-nos com o fato de não termos desenvolvido os germes divinos que o Senhor da Vida semeou em nossas almas. E, com isto, não adestramos órgãos compatíveis e necessários para a nova vida.

Por conseguinte, é mais do que justo, ao abrirmos os olhos do Outro Lado, depararmo-nos conosco mesmos nos moldes de deficientes e aleijados, que, restituídos ao carreiro infinito da eternidade, não sabemos para onde ir, exceto, vaguearmos sem rumo, como mendigos infelizes, que, apesar de exaustos, em pleno deserto criado por nós mesmos, teremos de perambular à mercê de furiosas tempestades e tormentas, até o momento em que quebrantados, caímos de joelhos, em súplica sincera e humilde, direcionada ao Criador da Vida, rogando-Lhe o devido auxílio e amparo!

Portanto, meus irmãos e irmãs, busquem a Verdade, enquanto ainda é tempo, e vos preparai antes que a verdade vos surpreenda sem recursos de retroceder.

Ref. NL, cp 1.