quarta-feira, 20 de novembro de 2013

PORQUE NÃO CHOREI NA MORTE DA MINHA IRMÃ!



( Texto revisto, corrigido e acrescido! )

Estamos no ano de 2013, no início do décimo primeiro mês, segundo a contagem do calendário adotado pelo mundo que se diz cristão, e, por conseguinte, também no Brasil. Inicialmente gostaríamos de dizer que o objetivo do texto é relatar a nossa vivência diante dos recentes acontecimentos que nos pegou desprevenidos, mas não, totalmente, de surpresa, pois já esperávamos algum acontecimento mais complexo, devido às nossas visões noturnas e as nossas intuições.

O texto é a nossa última homenagem àquela que partilhou, por 51 anos, de sua existência física, material, no seio e fora da família em que vimos a luz deste mundo, junto a estes irmãos espirituais que viemos chamar de pais e irmãos consanguíneos. Nossa esperança particular é a de que esta presente jornada carnal possa ter aberto, tanto para ela quanto para nós outros, a possibilidade de virmos criar laços mais estreitos, no grande futuro, laços de amor e de afeto reais. Reais por não se fundamentarem nas ilusões que a carne e a matéria física nos propiciam. E, também, o presente texto não deixa de ser um agradecimento aos que, de um modo ou outro, estiveram conosco, naquele instante; ou que vieram nos cumprimentar posteriormente, seja via telefone, e-mails, cartões ou pessoalmente. Finalmente, é, igualmente, meu tributo à Vida, a Deus e a quem mais este texto vier tocar o coração, levando-o a outras reflexões, mais amplas, acerca da Vida e da Morte!

Entretanto, ressaltamos que não temos o objetivo de agradar a quem quer que seja, mas, simplesmente, traçar nossas observações, percepções e ponderações ocorridas em razão dos acontecimentos de que vimos falando. No entanto, não poderíamos negar que a nossa esperança é a de que o presente relato possa ser, de algum modo, útil a quem quiser e se der ao devido trabalho. Mesmo porque não temos a pretensão de torná-lo curto, conforme está do agrado e das expectativas de muitos ou de uma grande maioria atualmente, que gostam de ler textos curtos, sintéticos... mesmo que vazios ou ocos! Fazer-se o quê? Não é?! Enquanto a cruz de uns é salvação, a de outros é perdição (problemão)! Isto acontece! Porém, não é uma perdição eterna, conforme querem uma considerável parcela de humanos carentes de uma orientação melhor e mais correta acerca da Vida, do Amor e do Criador. Portanto, repetimos, perdição eterna não existe no seio de um Deus de amor!

Mas, retomando... Se você gostar deste depoimento ou lhe parecer de alguma utilidade, divida-o com outros. De nossa parte, estaremos publicando-o em nossos blogs e o compartilharemos em algumas listas; também, pediremos à esposa sensível para compartilhá-lo no seu Facebook, caso considere que valha a pena. Então, deixo aqui, desde este momento, este pedido! Qualquer coisa, é apenas: Marcar (selecionar), copiar e colar! (rsrs)

Continuando, para alguns nossas palavras poderá ser chocante; para outros, indiferente ou, quiçá até, revoltante. Seja como for, se a raiva visitar teu coração em razão do que dissermos, tenho a lhe dizer o seguinte: Se não acreditas em nada, ou seja, és ateu: Então, tens o meu mais profundo silêncio. Apenas isto: Silêncio! Agora, se és religioso lhe direi então que não entendestes nada! Entretanto, se te atreves a dizer-te Cristão, então, te lamento profundamente. Por que? Ora, tu te dizes Cristão e não o sabes?! Pois deverias sabê-lo! Mas, vou te relembrar: Mateus 5:22! Continuas sem entender?! Bom, se não conheces tanto assim as Escrituras, então, citarei: "todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno". Não preciso acrescentar mais nada, preciso?! E, por que não?! Ora, porque tudo está dito nestas singelas linhas orientativas!

Crianças (1), não preciso falar da importância de sabermos observar a si mesmo. Mas, hoje quero falar do interessante que é observar os acontecimentos e as pessoas - de modo especial - em torno deste momento que chamamos MORTE. As reações das pessoas, as nossas próprias reações e tudo aquilo que somos ou pensamos ser, as ideias que dizemos abrigar... os sentimentos que alimentamos... Enfim, tudo, mas tudo mesmo que envolve esta circunstância que deveria ser, em nossa singela opinião, uma celebração à vida, uma vez que a morte, pelo menos, para nós, não existe neste Universo de Deus; não no Universo criado pelo Deus Meu, neste sentido, somos inteiramente concorde com Antoine Lavoisier quando diz: "Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma"; assim, não poderia deixar de ser muito interessantíssimo observarmo-nos e podermos constatar não somente em nós, mas, também, nos outros, as diversas reações e posicionamentos. E nós olhamos e vemos! Os movimentos sociais, superficiais, sentimentais, culturais, ideológicos, racionais e etc, etc, etc... São uma multidão de reações, de sentimentos, de pensamentos, de condutas, comportamentos... e, na maioria das vezes, até mesmo fazendo parte de uma única criatura... Ficamos maravilhados! Se é que nos entende!

Tá certo que ficamos agradecidos a todos os que vieram nos dar um abraço, em solidariedade ao momento, seja no dia ou posteriormente. Por isto mesmo, para nós, foi uma grata surpresa vermos despontar entre a multidão a "cabecita" de nosso colega de trabalho: O Renato Righi! Depois, ver aparecer no meio da multidão o Ronaldo, o Max, a Lelé, a Rosa e o Carlinhos... Mas, entendemos as reações daqueles que quiseram ir e não tiveram a precisa coragem... ou daqueles outros que mesmo querendo não conseguiram demandar a tal território, por "n" motivos e razões... Entendemos, mesmo que entristecidos, as reações e comportamentos daqueles junto aos quais compartilhamos momentos mais dolorosos, quando nos mantivemos ao lado deles com a nossa presença, talvez, quem sabe, não pudemos estar com eles inteiramente, de corpo e alma, para assim, agora, no hoje, nos vermos relegados a um suposto esquecimento, real ou fictício. Não estamos reclamando, ao expressar estes nossos sentimentos! Em tudo vemos razões imponderáveis gerindo nossos destinos e nossas vidas! E se isto não fosse suficiente para aquietar as dores de nosso peito, voltamos o nosso olhar para o perene MODELO de nossas vidas e o vemos igualmente solitário, mesmo estando entre dois ladrões... e com toda uma multidão aos seus pés... Assim, quem somos nós para reclamar de alguma coisa? Mesmo porque, tudo que nos ocorre é justo e merecido; enquanto a Ele que merecia, senão a nossa eterna e perene gratidão e reconhecimento?

Por entre os percalços da presente jornada, compartilhamos os caminhos de pessoas muitos divergentes e contraditórias entre si, mesmo entre aquelas que se dizem professarem as mesmas crenças. Compartilhamos a vida de pessoas com opiniões e ideias tão diferentes... e as vemos! Certamente não temos o olhar percuciente do Divino Amigo, capaz de devassar os nossos mais recônditos esconderijos e ver a fieira de nossas diversas vidas... Mas, as vemos dentro das nossas limitações e imperfeições. E nos perguntamos: Como podemos professar determinados conceitos e agir totalmente ao contrário? Conforme disse, vejo que esta situação deve-se ao fato de sermos crianças imaturas brincando de viver! Tais como Públio Lentulus, o Senador Romano, que procurou o Excelso Médico na calada da noite, nós também, o louvamos ao calor causticante do meio dia, mas assim que cai as sombras da noite, buscamos aquilo que mais apetece aos nossos corações: Quiçá uma intriga aqui, uma fofoca ali... Somos capazes de prejudicar os outros, de desejar o mal para o nosso próximo, de modos tão sutis e traiçoeiros... e, mesmo assim, não nos envergonhamos de atrever a dizer que somos Cristãos. Mas, lembramos que Ele mesmo disse muito bem: Nem todos que me dizem Senhor, Senhor significa que está comigo! (2) Ou que, guarda-me em seu coração!

Nós vemos! E não carece de tentar nos convencer do contrário; antes, convença sua própria Consciência na hora oportuna, pois lhe garantimos que ela virá. Virá para todos nós! Sem falha e sem faltar... A morte... Ah, a morte! Hora da verdade! Hora do grande silêncio... ou, de muito barulho! Tudo depende da vida que vivemos... do que fizemos... do que deixamos de fazer! É a chamada para a prova final do estágio escolar que aqui realizamos, será o momento da prestação do vestibular de nossas vidas... para podermos aferir nossas competências, verificar se somos capacitados a adentrarmos a uma nova universidade... Estudamos o suficiente? Aprendemos? O que aprendemos? Estava correto? Era verdadeiro o que abraçamos? Ou seriam meras ilusões?... Ah, a morte! Que momento mágico! Transcendente!... É triste constatar, mas, muitos dos que ficam não podem vislumbrar estas verdades, esta realidade... Oh! Se pudessem ver... Mudariam - por completo - suas vidas, suas concepções...

O Universo comporta e é composto de infinitas dimensões... Muitas moradas! (3) A morte é um portal, um buraco de minhoca (8), que nos conduz a uma destas diversas dimensões... É isto! Apenas uma passagem! Um check-in, no qual temos de desvestir-nos da roupagem física para assumirmos uma outra (4)... Só isto! Mas, a nossa consciência prossegue além, carregando suas culpas, suas dores, problemas, ansiedades... Ou a paz, a harmonia, a serenidade que construiu para si mesma! Portanto, em nossas mãos a nossa felicidade, o nosso destino!

Conhecemos muitos abrigando a ilusão de que ao deixarem a vida física ficarão em um eterno e inútil repouso, esperando a vinda de Quem já veio e vem todos os dias, conforme o atesta os próprios Evangelhos. Cristo nos visita todos os dias, nós é que nos encontramos fechados para ouvir seus chamados ou vermos as diversas e infinitas visitas (vindas) aos nossos corações, todos os dias! Esquecemos que Ele mesmo disse: Meu Pai trabalha até agora e, portanto, eu também! (5)

Consequentemente, não existe estagnação no Universo. Isso, sim, seria a verdadeira Morte! Tudo no Universo está em constante trabalho, em ação, em movimento, em transformação... O repouso é a morte! Mesmo em nosso sono, a alma trabalha... se agita... se movimenta... Mesmo na meditação nirvânica, o repouso da mente tem de ser ativo! Nada de preguiça, de inação, de inatividade... Se não fosse assim, seria a verdadeira morte... Mas esta, a morte, o Universo não tolera! Daí o porque ter de vir a destruição, que nada mais é do que uma chamada à renovação, à reconstrução, a uma reestruturação, em novas bases, do que estava inativo, morto! Parado! Estagnado! Adormecido!...

E "morrem" planetas, sois e galáxias... em eterna renovação, remodelação... pois, não pode haver estagnação, repouso absoluto. "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também!" (5)

E muitos, mesmo assim, creem em separações eternas, em repouso sem sentido... em sono sem lógica... em inferno e sofrimentos eternos... como se Deus fosse algum carrasco, maníaco ou psicopata! Talvez, o deus deles possa ser assim mesmo, pois, afinal, o construíram à própria imagem e semelhança. Mas não o Meu Deus! Este não, este é pleno de amor, de entendimento, de sabedoria e de misericórdia!.. Ele não somente permite a salvação de todos, mas quer que todos se salvem, pois todos são os Seus filhos, obras de Seu Amor. Por conseguinte, mesmo os que hoje se encontram no mal, fazendo e praticando maldades e injustiças... Um dia brilharão junto às estrelas... após conquistarem sua salvação, em vidas de dor, suor e lágrimas! As mãos que causaram destruição, terá que reconstruir, refazer o que destroçaram um dia. Mesmo que estas reconstruções varem e requeiram milênios, séculos de trabalhos e de esforços, porém que são estas eternidades para Aquele que Existe Desde Todo O Sempre? E, mesmo para nós outros, que, ao sermos criados pelo Bem Supremo, pela Eterna Vida, nos tornamos imortais?

Sinceramente, não entendemos como pode existir gente, pessoas, que acreditam em um inferno eterno, em separações eternas... em uma vida inútil no seio deste Cosmos cheio de Vida, de trilhões de zilhões de viventes (6)...  Todos filhos do mesmo Pai, do mesmo Criador, Daquele que chamamos e conhecemos como Deus. Só mesmo aqueles que O fizeram à sua imagem e semelhança pode acreditar em um absurdo destes... Se pensarmos bem, é um Deus psicopata, tais quais os próprios! Prefiro o Deus dos não terráqueos, pois é um Deus soberanamente justo e amoroso; todo Misericórdia e Bondade. Querem saber por que, no final, eu gosto muitíssimo da Verdade? Pois, lhes direi!

Porque, ela não nos pede licença para ser a Verdade! Ela é o que é! E ponto! Logo, pouco importa o que pensamos, ou o que achamos, o que ajuizamos e etc. Ou, o que você ou eu queremos, interpretamos, ou acreditamos... A Verdade está acima de nós, brilhando como sempre brilhou por todas as eternidades e em todas as dimensões. E tanto nós quanto todos, sem exceção, estaremos um dia diante dela. E creiam-me, até lá, nós preferimos as nossas "verdades", pois elas nos falam de um Deus de amor e todo bondade; assim, nós, as preferimos, em vez de acreditarmos numa psicopatia criada pela loucura de alguns humanos, tais como danações eternas e coisas do gênero. Vamos pensar! Se um pai terreno que nada é, mas, com um mínimo de bondade e de bom senso, dará tantas oportunidades aos seus filhos quantas forem necessárias, por que Deus deveria ser pior do que eles?

Loucura! "Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente." (Paulo, I Coríntios 2:14.)

Já outros, acreditam em purgatórios e infernos eternos... Isto não existe dentro de uma lógica sã, pois Deus não necessita de sangue ou se sente saciado com a dor ou o desespero de seus filhos. Que espécie de deus seria este? Vão me perdoar, mas isto não é deus. É outra coisa! Aliás, só mesmo um psicopata para agir dentro destes parâmetros. Cruz credo! Mas, que espécie de deus este povo tem adorado? Meu deus, quanta loucura e maluquice! Por isto, preferimos o Pai apresentado por Jesus do que aquele revelado por Moisés! O Deus de Jesus se torna nosso Pai e nos ama infinitamente... Este tem lógica, mais sentido e mais bom senso. Ficamos com ele! O de Moisés quer sangue e vingança contra seus inimigos. Por falar nisto, teria Deus inimigos? Para nós, isto não tem senso algum. Para Deus ter inimigo teria de ser alguém ou algo igual a Ele mesmo e isto não pode ser, porque, dentro de nossas limitadas concepções: Deus é único. E se não o for, não é Deus.

E, por outro lado, se Deus tiver por inimigo alguém inferior a Ele, que Lhe é mais frágil, sem nenhuma possibilidade de Lhe opor, ou fazer frente a Ele... tais como nós, os humanos... Ele se tornaria um covarde! Cruel e mesquinho! E este é o deus deste povo: Um psicopata, nas atuais definições da psiquiatria! Por isto mesmo, é estranho esperarmos um mundo sem guerras, onde vige a paz e a fraternidade seja cabedal de todos os dias, alimentando uma ideia do Divino como esta! Isto demonstra, cabalmente, a nossa loucura! E, poderia ser diferente? Claro que não, somente será diferente, quando o homem for diferente! Quando ele se curar da sua psicopatia! E isto se dará, queiramos ou não, porque, primeiro, Deus não é esta loucura; e, segundo, porque este deus é a criação do homem que o criou à sua imagem e semelhança. E não o contrário! Mesmo porque, Deus não tem forma, não tem barbas e nem nada que se assemelha a aparência humana atual.

Muito bem! Dentro desta aceitação e destas concepções, não choramos por nossa irmã, pois não a perdemos. Ela continua plena, mesmo que labutando contra as dificuldades que criou para si mesma, é certo, mas, foram suas escolhas e a vida que quis e tomou para si, com a permissão Daquele Que Tudo Rege e Administra. Em consequência, vamos esperar que melhore, que abra seus olhos para a grande realidade da Vida. E no dia que isto vier a acontecer, estaremos aqui ou além de braços abertos.

Este é apenas um pequeno staccato na composição de nossas vidas, pois ela não morreu, apenas deixou a veste de carne e se encontra logo ali, além de nossas percepções físicas. Apenas isto! Enquanto ela está lá, estaremos nós aqui, igualmente, pelejando contra as nossas imperfeições, aguardando o nosso próprio momento de retorno, na esperança de que quando este vier, estejamos melhor preparados para enfrentar a nossa própria realidade e a realidade que viermos a encontrar. Pois sabemos e temos plena certeza de que, neste instante, estaremos enxergando melhor as pessoas que ficaram, os seus reais sentimentos, o que fizeram, o que sentiram, o que pensaram... E, do mesmo modo, os nossos próprios! Portanto, se não estivermos preparados, isto pode vir a ser dolorosíssimo!  Mas, por isto mesmo, e desde já, procuramos aceitar os outros como são, tal como Jesus nos tem ensinado: "Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem." (Lucas 23:34.)

Jesus é o roteiro constante de nossas vidas, a bússola segura! Quem compreende isto e assim procura viver é um bem-aventurado. Está a construir sua salvação! O Reino dos Céus desde aqui. Para estes, Jesus está a vir todos os dias. E todos os dias, visita seu coração!

Não chorei porque estaria chorando por mim e não por ela. Senti sim sua partida, mas fui confortado e consolado pela certeza de que a viagem é breve e, logo ali, estaremos juntos novamente, obviamente, se for de nossos interesses e das nossas capacidades. Mas, seja como for, para quê o desespero? Mesmo que o reencontro não possa se dar em mais breve tempo, por que a angustia? Ora, somos imortais, portanto, eternos e um dia estaremos reunidos tal como não somos capazes de conceber por hora. Então, não nos desesperamos. E, assim, as nossas lágrimas foram momentâneas, rápidas, ocorridas durante o embarque nesta estação de trem, onde, o mesmo, nos leva a novas terras, novas paisagens, a novas lutas e desafios. E, por isto mesmo, temos de ficar bem e tranquilos para que possamos enviar a ela que parte, na conformidade de suas criações, as nossas melhores vibrações.

Ali, diante daquele momento, lançamos, por momentos, um olhar ao futuro e refletimos: Quando nossa vez chegar, queremos partir esperançosos e muito felizes por termos, ao menos, tentado cumprir com os nossos deveres. Por termos buscado transcender nossas imperfeições e termos aceitado não um Deus, mas um Pai Todo Amor E Bondade que estamos aprendendo a conhecer e admirar, um pouquinho, a cada dia. E que sabemos e temos a certeza de que nos abraça todos os dias, que nos sustenta, que nos dá vida e vida em abundância, não para que fiquemos inativos, ou em sofrimentos eternos sem sentido, mas para que construamos nosso destino, o nosso futuro, a nossa felicidade, a nossa paz e a nossa serenidade. Não poderíamos querer um Pai melhor do que este! E, por isto mesmo, Te Louvamos hoje e sempre!

E, dentro deste entendimento profundo, pudemos gritar como Paulo: "Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?" (I Coríntios 15:55.) E ante nossa visão psíquica pudemos vislumbrar a certeza da Vida e do Amor de Deus para conosco. Lamentamos por aqueles que não conseguem abraçar este reconforto, porém, permanecemos serenos, pois, igualmente, sabemos que um dia também serão! E com isto nos alegramos na paz e na alegria que este Pai Maravilhoso reservou aos justos e sábios. Não que sejamos tanto assim, temos consciência de nossa pequenez e deficiências, mas pela misericórdia Daquele que nos deu e nos dá a Vida, sentimos o serenar das gotículas desta grandiosidade e aí, sim, choramos de alegria, de contentamento e de felicidade. E nos curvamos, baixando à nossa cabeça até ao chão, tal como os nossos irmãos muçulmanos, em honra, homenagem e glória à Aquele Que É Todo Amor E Bondade Eternos! 

Permanecemos, por alguns instantes, em profunda paz, na certeza da Vida perene e sem fim. Vida ativa, de movimento, de trabalho, de lutas e esforços... que continua sempre! Não uma vida de inutilidade, de perda de tempo, ou de infernos sem remissão, ou de um céu beócio, feito de eterna preguiça e inutilidade. Não, isto não! Aguarda-nos o esplendor do trabalho, das lutas edificantes, de novos desafios... Certamente, para os que queiram, para os que amam o trabalho, por amar a Deus, pois Ele e Jesus trabalha até agora! (5)  Assim, por que nós outros deveríamos nos encontrar em situação ou posição de inutilidade? Sempre a loucura humana contrapondo as Realidades da Vida!

Vá minha irmã, abra seus olhos, não se submeta as maluquices humanas, aceite as realidades da Vida e prossiga, destemida, avante! Aceite as dificuldades de seus irmãos que ficaram, seja em que condição for. Trabalhe, cresça e amadureça para ajudar os que precisam, ou os que ficaram, quem sabe?, pois, afinal, esta é a Ordem Universal que temos, como agora poderás vislumbrar e entender em novas bases: Um novo mandamento vou dou (7)...

Daqui, tens o meu preito de gratidão, de reconhecimento e meus votos de felicidade, de forças, de serenidade, de confiança, na certeza do Amor Que Vela Por Todos Nós! No mais, me perdoe se não derramei copiosas lágrimas por e em tua partida, mas é que meu coração se reconforta em muitas certezas. E maior jubilo do que este não poderia ter: A certeza da continuação da vida, e de nossos possíveis encontros, se assim Jesus nos permitir, pois já os tive com vários outros que antecederam a ti, minha irmã. E, no final, minhas lágrimas seriam por demais egoístas, pois estava somente pensando em mim mesmo, na minha perda, na distância... Mas, ao lembrar de tuas novas lutas, das dificuldades que tens a vencer e que somente teu coração por ora o sabes, quais são e como são. No entanto, também posso vislumbrar a extensão das mesmas... por isto mesmo, me fortaleci, para poder enviar-lhe minhas vibrações de incentivo, meus pensamentos de confiança e meus sentimentos mais genuínos de carinho, de afeto e de reconhecimento!

A vida prossegue plena e bela, como sempre foi, é e será, principalmente, para os que sabem ver, ouvir e compreender!

Lutei a minha vida toda para saber de onde vim, onde estou e para onde vou. Hoje, posso dizer com toda tranquilidade e serenidade: Já sei, enfim, descobri! E rejubilo-me com tudo isto, meu coração grita de felicidade e de reconhecimento a Deus, por Ele ter-me propiciado todas estas vivências e descobertas... E, hoje, sei, mais do que nunca: Verdadeiramente, sem Ele nada sou!

Abraços eternos!



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(1) - Porque olho o mundo e as pessoas e as vejo e me vejo como crianças, em diferentes fases de crescimento mento-espiritual - se é que me entendes!
(2) - Mateus 7:21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
:22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres?
:23 Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.
(3) - João 14:2: Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar.
(4) - I Coríntios 15:40: Também há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres.
(5) - João 5:17.
(6) - Ser, alma, espíritos...
(7) - João 13:34: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros.
- I João 2:8: Contudo é um novo mandamento que vos escrevo, o qual é verdadeiro nele e em vós; porque as trevas vão passando, e já brilha a verdadeira luz.
- II João 1:5: 5 E agora, senhora, rogo-te, não como te escrevendo um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros.
(8) - Em física, um buraco de verme ou buraco de minhoca é uma característica topológica hipotética do continuum espaço-tempo, a qual é, em essência, um "atalho" através do espaço e do tempo. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Buraco_de_minhoca).




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COMENTÁRIOS:

Alguns corações não compreenderam na amplitude desejável a nossa proposta ao redigirmos o texto acima. Até certo ponto, isto era esperado e normal. No entanto, infelizmente, pouquíssimos são aqueles que conseguem transpor as barreiras das motivações íntimas (que são extremamente diversificadas) e se posicionarem. Respeitamos as dificuldade de cada um, porém não somos concordes com a postura de se falar pelas costas. Uma coisa é eu ter minhas próprias questões e guardá-las comigo; outra, bem diferente, é eu sair dizendo por aí e não a quem de direito.
Por outro lado, vemos também a preocupação sincera e honesta de alguns com a nossa pessoa e nos comovemos com isto. Sentimos nosso coração tocado pelo carinho destes!
Para aqueles mencionados no primeiro parágrafo, não temos muito o que dizer, pois eles mesmos quitaram qualquer forma de entendimento, de diálogo! Já para os segundos, acreditamos que nossa resposta a um coração sensível e amoroso que deixamos abaixo, seja suficiente para esclarecê-los um pouco mais.


CARTA DE B. PAULA:

Carlos,
Boa noite.
Desculpe, mas só hoje tive tempo de abrir m/c.postal e fiquei sabendo do ocorrido. Que Deus conforte aos parentes que sofrem e não têm o mesmo crescimento espiritual que vc. É o que posso dizer pela m/concepção religiosa e, é de coração.
Também perdi m/irmão mais velho, em setembro, exatamente no dia do m/ aniversário.
Vc escreve muito bem. Lindo e comovente.
Carlos, a vc e a V. um abraço carinhoso e sincero. B. Paula

RESPOSTA:
Oi B. Paula,
Fiquei feliz por seu contato e por suas palavras carinhosas.
Conheço sim a sinceridade de seu coração e, por isto mesmo, me comovo com as suas lembranças acerca de nossa pessoa...
Sobre a passagem de seu irmão, fico meio sem saber o que dizer nestas horas. Sinceramente, esperamos que o texto redigido por nós possa ter também, de algum modo, lhe afagado o coração amoroso e sensível.
Não conhecemos plenamente (em todas as nuances) as concepções religiosas adotadas por ti, assim espero que o texto não tenha lhe constrangido, mas, ao contrário, tenha lhe sido um refrigério para os sentimentos, talvez, ainda doloridos pela recente "suposta perda". Te confesso (e lhe peço, antecipadamente, desculpas, por qualquer constrangimento que minhas palavras venham ocasionar), mas para aqueles que tem em Deus um Pai de Amor, sabemos que não existem perdas; apenas uma separação momentânea ou um pouco mais longa. Apenas isto!
Não sei se, no texto escrito por nós, consegui extravasar esta certeza com tanta clareza quanto gostaria, dentro da lógica e de um bom senso sadios. Nele, meu maior desejo foi que as pessoas conseguissem elementos diferentes para avaliar as próprias concepções acerca do tema Vida e Morte. Vejo que temos muitos problemas nesta área devido a concepções francamente errôneas ou esdruxulas. O que é lastimável!
Sabe, B. Paula, ainda me vejo e vejo a humanidade em geral em um nível infantil muito primário. Daí o existir de tanta dor, sofrimento, violência, guerras, doenças e flagelos com os quais nos vemos a braços. Tudo poderia ser diferente, se fôssemos diferentes! Mas, por outro lado, vejo também que aos pouquinhos, com enormes dificuldades e lutas, estamos caminhando. E um dia chegaremos lá! Também, me parece bem óbvio, não sem antes passarmos por muita dor e sofrimento. Toda destruição (renovação) é dolorosa, não porque ela o é em si mesmo, mas devido às nossas próprias cristalizações e resistências às mudanças!
Um grande beijo em seu coração,
Carlos


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

PLANETA HIGIENIZADOR, VERDADES E MENTIRAS...

Um conhecido me escreveu perguntando sobre o Planeta Chupão, referido por Chico Xavier, ou, Planeta Higienizador. Pergunta ele: Acaso não tem a espiritualidade tecnologia para exilar os espíritos, sem precisar recorrerem a um astro ou planeta qualquer? E mais, se um planeta ou outro corpo celeste se aproximar de nosso sistema solar não provocaria o seu colapso?

Caro amigo, respondemos o seguinte: Dizem que Chico Xavier se referiu a este "planeta" ou astro, chamando-o de Chupão. No entanto, até o momento, não encontramos esta referência com precisão. Assim, não saberíamos dizer se o Chico disse mesmo ou não tal coisa!

O que sei com segurança é que vários espíritos tem-se referido a um astro, maior do que a Terra, segundo alguns deles, que estaria se aproximando - pouco a pouco - da Terra ou de nosso Sistema Solar. Pelo que tenho entendido, parece que este astro não seria um astro alienígena, mas, ao contrário, ele faria parte do Sistema Solar, porém possuindo uma órbita muito longa em relação ao centro do Sistema, isto é, do Sol.

Bem, nesse ponto, entre outras questões, desponta uma bem interessante: Se tal astro existe, depois de ocorrido o degredo, ficaria muito estranho se o mesmo continuasse fazendo parte do Sistema Solar.... Contudo, sabemos que não somente pode existir, mas que, com certeza, existe, não somente planetas e outros corpos celestes, mas até mesmo estrelas errantes... E não somente pelos espaços "intragaláticos", mas, com certeza, abrangendo até mesmo os espaços intergaláticos, os quais são incomensuráveis.

Seja como for, particularmente, não saberia dizer se tal astro seria ou não um, ou, se tornaria um, desta categoria, até mesmo, em consequência desta passagem pelo nosso sistema, levando-o a se tornar um astro errante. Por outro lado, como afirmar se ele faz parte do Sistema Solar ou se continuaria fazendo parte de nosso sistema e etc.? Este último caso, considero pouco provável, até mesmo pelas instabilidades que ele viria a provocar de futuro. Estas considerações fundam-se em que, penso, seria complicado tal planeta ou astro continuar vinculado  ao Sistema Solar, devido a manutenção da proximidade de referido astro com a Terra... A manutenção de uma situação de tal monta, poderia vir trazer instabilidades de todos os tipos, desde as psíquicas, tanto para os Espíritos que partiram quanto para os que continuassem na Terra, devido às vinculações espirituais que um dia existiu, não somente com o planeta, mas até mesmo entre si. Entretanto, quem somos nós para definirmos os ditames e a evolução quer seja dos seres ou dos diversos sistemas, sejam eles galáticos, solares, planetários... e do Universo em geral, não é mesmo?!

De todos os modos, tais informações são bem complexas. Principalmente, sabedores que somos dos problemas e dificuldades envolvidas nos processos medianímicos... Tais como: Questões de filtragem, entendimento correto da mensagem enviada, capacidade cerebral e receptiva, e, mesmo, cognitiva do médium etc. etc. etc.. Assim, no que se reporta às questões da Transição Planetária, este é um assunto demasiadamente complexo e complicado.

Mas, consideremos as demais questões levantadas pelo caro amigo.

- A espiritualidade não tem tecnologia para exilar os espíritos sem precisar recorrer a um astro ou planeta qualquer?

Não saberíamos responder com precisão! Tem, teria?! Não sei! Não dentro de parâmetros que consideramos como válidos e aceitáveis! Outra coisa, que deveria ser motivos para as nossas reflexões, não seria a aproximação de tal astro o resultado desta mesma tecnologia? Veja bem, os dinossauros precisavam ser exilados da Terra, caso contrário, o homem não poderia vir a existir de futuro. Então, não veio um asteroide e os removeu do solo terrestre, provocando uma serie de mudanças?... E, de modo semelhante, todos os outros saltos evolutivos dos seres na Terra, ocorreram mais ou menos do mesmo "modus operandi". Pois então?... Não vejo com estranheza esta possibilidade, aventada por vários Espíritos!

Consequentemente, se por um lado não podemos afirmar tal possibilidade, por outro, não seria uma temeridade negá-lo? Creio que neste contexto, a nossa posição deve ser a de tranquilidade. Mesmo porque, independente da existência e da aproximação de referido astro, isto não irá alterar em nada a nossa condição de seres eternos e imortais que somos como espíritos.

Uma coisa é certa: As mudanças haverão e ocorrerão. Aliás, elas já estão ocorrendo. Basta tenhamos olhos de ver para percebê-las. E é isto o que deveria nos bastar! Por conseguinte, deveríamos nos ater é na seguinte questão: O que estou fazendo para poder continuar na Terra, vivendo em um mundo regenerado?!

- Se um planeta ou outro corpo celeste qualquer se aproximasse ou adentrasse no sistema solar não provocaria seu colapso?

Bem, quanto a isto, creio que não necessariamente, não no sentido desesperador que damos ao tema. Vejamos bem! A Terra mesma já passou por diversos cataclismos, tantos vindos do espaço quanto internas, com explosões de vulcões e etc. De mais a mais, estrelas explodem, sistemas são criados; outros, são destruídos constantemente, diria, até diariamente, pelo Universo afora.

Assim, estes são fenômenos corriqueiros. Agora, te pergunto: Os Espíritos que existiam (?) ou viviam (?) nestes lugares morreram? Deixaram de existir? As interrogações entre parenteses significa que a destruição dos sistemas não implica ausência ou, necessariamente, retiradas dos Espíritos destas estancias. Bom, respondendo, acredito que não! Isto se não foram eles mesmos os que provocaram tais "dramas" (a partir de nossos conceitos estreitos e limitados), modelando e remodelando o Universo e o progresso dos seres e das coisas.

Por outro lado, independentemente das formas como os Espíritos serão degredados ou retirados da Terra, o fato é o que os mesmos serão e já estão sendo exilados. Portanto, que o degredo existirá, ahhh, isto sim, existirá! E esta, repito, deveria ser a nossa questão principal, ou seja, estaremos entre os que ficarão ou entre os que serão deportados? Então, renovemos nossas indagações: O que temos feito para estarmos entre os que poderão vislumbrar e vivenciar a "Nova Jerusalém que desce dos Céus"? (Apocalipse 03:21 e 21:2.)

Para respondermos a nós mesmos tais perguntas, basta nos questionarmos:
- Estou promovendo a harmonia, a compreensão, a tranquilidade nas e entre às pessoas que estão à minha volta? No lar, no trabalho? Na rua?... Ou, estou promovendo a discórdia, a incompreensão... jogando os outros na fogueira para ver o circo pegar fogo, como se diz, ou para levar algum tipo de vantagem?... e etc.?
- Estou fazendo o bem ou o mal? Por exemplo, propagando fofocas, denegrindo o caráter ou o nome dos meus semelhantes e etc.?... ("Para fazermos o bem, sempre é necessária a ação da vontade; para praticarmos o mal, basta as mais das vezes a inércia e a despreocupação." Paulo - o apóstolo em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XV, item 10.)
- Estou trabalhando nas linhas do amor, do respeito a mim mesmo e ao próximo?... Ou, estou fomentando todo tipo de desconfianças, divergências, desuniões e etc.?...

Quem promove o mal e os indiferentes, não poderão continuarem na Terra. Terão de recomeçar em outro lugar a aprendizagem que neglicenciaram efetuarem por aqui... Estarão indo para ambientes mais propícios e condizentes com aquilo de que seus corações estão repletos...

Nestas horas, sempre lembro-me das palavras de Jesus, as quais vejo - a cada dia - se cumprirem fielmente:

MATEUS 24:
35 Passará o céu e a terra, mas não passarão as minhas palavras.
36 Mas daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão só o Pai.
37 Pois assim como foi nos dias de Noé, assim será a vinda do Filho do homem.
38 Pois assim como naqueles dias antes do dilúvio comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca,
39 e não o perceberam senão quando veio o dilúvio, e os levou a todos
; assim será também a vinda do Filho do homem.
40 Naquele dia de dois homens que estiverem no campo, um será tomado e o outro será deixado;
41 de duas mulheres que estiverem moendo em um moinho, uma será tomada e a outra será deixada.
42 Portanto vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor;

Portanto, são nestas questões que deveríamos nos focar, nas que deveríamos nos ater. As outras questões, são apenas informações adicionais para aplacar as nossas curiosidades, ou, talvez, para nos trazer algumas informações complementares, nos alertar, nos preparar... porém, nada mais do que isto!

Confirmando as minhas explicações, ao acabar de traçar as linhas acima, aguardei para publicá-las no dia seguinte. Então, aconteceu que na noite do dia 07/08/2013, lendo um livro que tinha acabado de adquirir, com o sugestivo título: "Morri, Sobrevivi... para onde vou?", ditado pelo Espírito José Lázaro ao médium Agnaldo Paviani, encontrei a confirmação integral de tudo o que venho dito e outras novidades a mais acerca do tema transição. Aproveitei então para deixar transcrito, nas linhas abaixo, trechos do texto constante no referido livro e inserto em seu capítulo 5:

"- Olá, [José] Lázaro, vejo que está acompanhado, quem são?
- Jovens e amigos que fazem parte do imenso contingente de soldados do Cristo que reencarnarão em breve, com tarefas definidas em vários setores da vida.
- Excelente! Não sei se sabem, meus jovens, mas muitos espíritos de escol estão voltando ao cenário terreno, não estarão sozinhos. [Estes espíritos de escol estão reencarnando para nos ajudar a passar pelo processo de transição que se acirrará cada vez mais, 
principalmente, a partir do ano 2016, trazendo perturbações de todas as ordens. E, nestas horas, serão necessárias pessoas com equilíbrio e bom senso.]
- O senhor soube do asteroide? [José Lázaro está se referindo ao asteroide Apophis que passou próximo da Terra em 2012 e retornará por volta de 2036, com possibilidades exíguas de colidir com a Terra, segundo dados da Ciência Oficial de hoje, isto é, do ano de 2013.]
- Alguns boatos, mas nada confirmado.

Bernardo, um dos mais falantes do grupo, entrou na conversa e num tom de brincadeira exigiu:
- Ah não! Não nos deixem fora desta! Que asteroide é esse?
- Filho - redarguiu Elmer -, nós, tanto quanto os encarnados, estamos sempre na expectativa de que os chamados Espíritos Superiores nos forneçam mais informações sobre os acontecimentos futuros; no entanto, somente nos informam aquilo que acham ser conveniente.
- E quanto ao asteroide? O que sabem?
- Alguns estudiosos da nossa dimensão levantaram a possibilidade de haver uma colisão de gravíssimas proporções de um asteroide com a Terra. Não há nada oficialmente confirmando, apenas suspeita.
- Em que ano isso aconteceria?
- Por volta do ano 2035. Mas informações dessa natureza não contribuem em nada para a preparação de vocês. Creio que muitos aqui estarão, quando encarnados, atuando na medicina?...
- Sim - respondeu Bernardo -, grande parte de nós; [.....]
- Isso é muito bom, então estão no lugar certo. Olhem para essas criaturas [o Espírito Elmo, se referencia a vários Espíritos doentes em recuperação num dos hospitais na dimensão espiritual em que se encontravam]; na verdade, foram todas acometidas do mesmo mal, da mesma enfermidade: o desamor. Não amaram e adoeceram. A falta de amor é a pior das doenças, e o amor, a "vacina" que cura instantemente.

- Aproveitem a visita! Preciso ir, até logo!

Assim que o médico saiu, Lineu, indagou:
- Em relação ao asteroide, caso a suspeita se confirme, o que os Espíritos Superiores farão para evitar esta tragédia?
- Não devemos especular, mesmo porque com a intenção de fazer o bem, às vezes, pela falta de cautela e bom senso, podemos mais atrapalhar do que ajudar. Contudo, posso adiantar que o homem terreno é quem tem atraído para si determinados acontecimentos, e, nesse caso, os Espíritos Superiores pouco podem fazer.
Lembre-se do que expliquei sobre o "trigo de má qualidade".
- Desculpe a ignorância, mas quando fala do "trigo de má qualidade", está se referindo a quê? Ou a quem?

Desejando que a lição fosse bem assimilada, convidei:
- Venham comigo, creio que Hernandes ainda está por aqui.
- Quem é Hernandes? - indagou Bernardo.
- Um amigo, ele já está hospitalizado aqui, faz alguns meses.
- Ele era médium quando encarnado?
- Não! Ele era, na verdade, guia.
- ?!

Em pouco tempo localizei Hernandes, que na ocasião estava ajudando a preparar uma sopa para os internos. Assim que nos avistou, veio em nosso encontro e após cumprimentar-nos, indagou:
- Quem são esses jovens, Lázaro?
- Amigos, estão me auxiliando no trabalho de entrevista, mesmo porque estou assoberbado: são as entrevistas, o auxílio ao Dr. Klaus no hospital e ainda mais agora que estou escrevendo outro livro...
Bastou eu pronunciar a palavra livro, para que Hernandes se descontrolasse.
- Livro... livro! Deus me livre! Nem penso chagar perto, nunca mais trabalharei junto aos encarnados, quero ficar por aqui, bem quietinho, escrever livro, nunca mais.
- Mas até hoje, o grupo onde auxiliava evoca seu nome.
- Vão continuar evocando, lá não coloco meus pés... esses espíritas são doidos...
- Calma, Hernandes, calma, não generalize. Sei o que sofreu e o que ainda sofre, mas já está na hora de superar o que aconteceu. Falando nisso, eu gostaria, caso não se importe, de narrar para meus amigos, a sua experiência.
- Sem problema, já faz tempo e o fato d´eu lembrar a história já não me aflige tanto.
- Então vá em frente, meu amigo, estamos ouvindo.

- Tudo aconteceu, não faz muito tempo. Fundei um centro espírita e passei a liderar um grupo de trabalhadores. Todos me admiravam e consideram um "doutor" nos assuntos de ordem espiritual. E, de fato, eu lia muito, pesquisava, questionava os espíritos nas sessões mediúnicas...
Mas um dia desencarnei, vítima de parada cardíaca e, obviamente, quando contemplei o plano espiritual, fiquei extremamente entusiasmado. Eu não tinha dúvidas sobre a existência das dimensões espirituais, mas eu estava, após a morte, constatando com meus próprios olhos a irrefutabilidade dos fatos.

Empolgado e decidido a trabalhar com afinco na Seara de Jesus, dei prosseguimento aos meus estudos, mormente nos temas referentes à Transição Planetária.
Como devem saber, nesta dimensão espiritual, temos mais informações que os encarnados. Após um ano de estudo, decidi escrever um livro, no tentame de alertar os irmãos que mourejam no corpo sobre os acontecimentos que se avizinham do orbe terrestre.

Nunca tive o desejo de ser um espírito conhecido, nem almejava o aplauso, queria apenas colaborar com Jesus; contudo, apesar da minha sinceridade de propósitos, faltou-me o bom senso.
Fui aconselhado por amigos espirituais a esperar um pouco mais; no entanto, achei que a hora era aquela e então passei a procurar um médium para escrever. Foi aí que começaram os problemas. Nosso grupo - os encarnados - contava como cerca de doze médiuns.
A princípio, acreditei que Venceslau pudesse ser um bom intermediário, mas quando me aproximei para escrever, dando-lhe algumas informações sobre o tema a ser exposto, ele recusou imediatamente.

De mente fechada, comentou com alguns amigos que estava sendo vítima de obsessão, pois um espírito disfarçado de Hernandes estava aparecendo para ele e querendo escrever coisas absurdas. 'Mas eu - afirmava ele com orgulho - sou um médium experiente e nenhum espírito zombeteiro vai me enganar'.

Então procurei Euclides, outro médium, que acreditava ser de confiança.

- E não era? - interrompeu Bernardo.
- Era de extrema confiança, mas não logrou ir além do primeiro capítulo. Insegurança, excesso de zelo, medo exagerado do animismo e ele colocou ponto final, antes mesmo de começar.

Euclides acreditava que fecharia os olhos e eu tomaria o seu braço e escreveria sem que ele tivesse noção do que estava sendo escrito. Mas ele era médium consciente, não havia como fazer isso.
Eu teria que atuar na sua mente e usar os recursos dele, assim é a mediunidade de parceria. Mas não foi possível, após algumas tentativas, desisti.
Mais uma vez fui aconselhado pelos benfeitores a engavetar o livro e aguardar a hora certa para o plantio, mas eu era um trabalhador sem paciência.

Foi quando encontrei Laura. Uma médium que havia chegado ao centro, após minha desencarnação. Ela me pareceu a médium ideal. Estudiosa, dedicada ao trabalho, sincera nos seus propósitos de servir.
A princípio, seu guia espiritual não foi favorável, mas posteriormente, argumentei que meu empreendimento não geraria nenhum prejuízo para sua programação reencarnatória. Depois de um período de análise, ele anuiu, mesmo não concordando plenamente.

Não demorou muito e começamos o trabalho, no entanto, Laura tinha uma limitação, um problema que só identifiquei após ter começado o livro. Sua mente era, digamos, fértil demais, ela - utilizando o linguajar dos jovens - "viajava na maionese". À medida que eu escrevia, sua mente dava um colorido exagerado ao texto e comecei a notar que, apesar do processo anímico ser natural em qualquer comunicação de espírito, ela estava comprometendo a obra.

Por vaidade, por desejo de ser reconhecida, alterou significativamente minhas colocações. Mudou meu nome para Bezerra de Menezes, inventou ET´s que não faziam parte da narrativa, e o pior foi que passou a dar uma conotação de revelação à obra literária em questão.
Não era nada daquilo, eu nem conhecia pessoalmente Dr. Bezerra e não tinha o desejo de fazer nenhuma revelação.
Foi aí que decidi suspender a empreitada. Paramos, ou melhor, parei no 3o. capítulo, mas ela continuou por conta própria. Seu orgulho não permitiu que ela admitisse que o espírito que estava escrevendo através dela - no caso "Bezerra" - a tivesse abandonado.

Prosseguiu e em pouco tempo, um obsessor terrível se assenhorou de sua mente terminando de escrever o fiasco que eu havia começado.
Daí em diante, foi uma sucessão de problemas. Muitos no centro se revoltaram e abandonaram a casa; outros, com o mesmo nível de imaturidade da médium, passaram a idolatrá-la e hoje, o centro a tem como 
presidenta e um bando de fanáticos que a apoiam.
- Mas o senhor não teve culpa, foi uma tentativa de trabalho que não deu certo...
- Sim, meu jovem, tive culpa, sim. Indiretamente, eu fui culpado. Deveria ter esperado um pouco mais, deveria ter acompanhado a médium de perto por um tempo e então provavelmente teria adiado meu projeto. A verdade é que ainda não era hora.

Não desejando que perdurasse nenhuma dúvida, intervi, explicando:
- Quase todo projeto que envolve uma parceria encarnado-desencarnado, é autorizado e supervisionado pelos Espíritos Superiores; contudo, não há, via de regra, obrigatoriedade nesse sentido.
Espíritos e médiuns têm livre arbítrio e caso desejem arriscar-se num projeto, mesmo havendo riscos, os Espíritos Superiores não irão proibir - é o respeito ao livre arbítrio.

- Bernardo voltou a indagar:
- Mas a intenção era boa, não deveriam ter sido mais orientados?
- Bernardo, lembra... "trigo de má qualidade". Usando o simbolismo, podemos afirmar que a princípio, nem Hernandes, nem Laura representava o joio, citado na parábola do Cristo. Todavia, digamos o "trigo" não recebeu o adubo adequado e a irrigação foi falha.

Em outra palavras, ambos não estavam prontos. Por parte de Hernandes, houve uma precipitação em escrever aos encarnados, e por parte da médium, uma imaturidade espiritual. Mesmo desejando servir, a possibilidade de ficar conhecida subiu-lhe à cabeça, e o que era para ser uma boa obra literária transformou-se num livro da discórdia.

Sendo assim, precisamos ter muito cuidado, mesmo que tenhamos uma boa intenção e mesmo que estejamos prontos para determinado trabalho, não podemos esquecer que nós - espíritos [desencarnados] - dependemos dos médiuns, que são nossos instrumentos.
E convenhamos, sem desejar desmerecer o esforço dos mesmos, encontrar "intermediários" confiáveis não é uma coisa muito fácil."


Prestamos bastante atenção ao relato efetuado e verifiquemos, com cuidado, onde nos encaixamos no mesmo. Onde nele, nos situamos?! Se é que não nos situamos em toda a narrativa.

Tenhamos tento!

No mais, desejo-lhes paz, alegria e muitas forças para superarem as tempestades que cada, vez mais, se formam nos horizontes de nossas vidas, prenunciando desafios sem conta para cada um de nós!




sexta-feira, 19 de julho de 2013

A MEDIDA QUE USAMOS...

No metro da Vida, sempre chega o momento de se fazer as devidas reposições!

Se causamos desequilíbrio, arcaremos com as consequências e um dia estaremos vivenciando o mesmo! Não há como termos espalhado tempestades e querermos colher brisas suaves da manhã! Ação e Reação, é Lei indefectível que rege o Universo com extrema justiça, pois é orientada e regida por aquele que é Pai e Criador de tudo quanto existe ou poderá vir a existir...

Passei algumas vidas na atitude do, conforme dizem no popular: Fazendo justiça com a faca nos dentes! Hoje, chegou o momento de repor, pelo menos, um tanto em seus devidos lugares. Espero ter forças suficientes para passar por tudo isso sem criar novos e mais graves entraves à minha libertação. Sei que não piorar situações futuras não é o suficiente, tenho de ser capaz de ir além do meu Ego vulgar e ORAR por aqueles que são mãos de escândalo ou de tropeço em meus caminhos (estejam eles estagiando no Plano Físico ou Espiritual). Pois, conforme diz o Mestre: "Ai do mundo, por causa dos escândalos! pois é inevitável que venham; mas ai do homem por quem o escândalo vier!" (Mateus 18:7)

Assim é que, com a mesma medida que usamos para medir os outros seremos nós medidos por nossa vez. Bem-aventurados aqueles que buscam fazer o bem acima de todas as coisas, pois serão consolados e não se verão medidos pela metragem da Vida. E caminharão na serenidade de suas consciências!

Não seja eu, doravante, pedra de escândalo na vida de ninguém!!!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

ORAÇÃO


Pai Nosso, que estás nos Céus,
Na luz dos sóis infinitos,
Pai de todos os aflitos
Deste mundo de escarcéus.

Santificado, Senhor,
Seja o teu nome sublime,
Que em todo o Universo exprime
Concórdia, ternura e amor.



Venha ao nosso coração
O teu reino de bondade,
De paz e de claridade
Na estrada da redenção.

Cumpra-se o teu mandamento
Que não vacila e nem erra,
Nos Céus, como em toda a Terra
De luta e de sofrimento.

Evita-nos todo o mal,
Dá-nos o pão no caminho,
Feito na luz, no carinho
Do pão espiritual.

Perdoa-nos, meu Senhor,
Os débitos tenebrosos,
De passados escabrosos,
De iniqüidade e de dor.

Auxilia-nos, também,
Nos sentimentos cristãos,
A amar nossos irmãos
Que vivem longe do bem.

Com a proteção de Jesus,
Livra a nossa alma do erro,
Sobre o mundo de desterro,
Distante da vossa luz.

Que a nossa ideal igreja
Seja o altar da Caridade,
Onde se faça a vontade
Do vosso amor... Assim seja.

               (José Silvério Horta in Parnaso de Além-túmulo)

PORQUE NÃO SOU ATEU

(Foto da Nebulosa Helix, também conhecida como Olho de Deus. Resultado da explosão de uma gigante vermelha, estrela muito, mas muito maior que o Sol e bem mais antiga.)


Fácil! Vamos pensar: Se houve um início, é impossível não ter existido uma causa primeira ou primária... Ou seja, a fonte, a origem... enfim, uma causa antecedente ou anterior a tudo. E a essa causa dou o nome de Deus! Poderia ser outro nome qualquer. Que importa nomes?! Gosto da designação: Deus! Deve ser atavismo! (rsrs!) No entanto, se quiseres dar outro nome, não tem importância! Afinal, o que são as nomeações que atribuímos às coisas, objetos... etc?! Tudo isso tem pouca ou nenhuma importância, principalmente, no presente caso.

O relevante mesmo é: Sob qualquer lógica que trabalharmos, sempre iremos remontar a algo do "tipo Deus". Não temos como fugir disto! E esta é uma das razões do porque não sou ateu. Por outro lado, bem lá, nas profundidades de meu ser, existe um sentimento me alertando sobre a impossibilidade da não existência de Deus. Mesmo porque, em não havendo uma causa inicial, tudo perderia o sentido, a razão...

Vejamos! Se existiu um Big-Bang, a Grande Explosão inicial, algo a iniciou, pois uma explosão não surge do nada. Assim, sem mais e nem menos! Do nada, somente nada pode sair. Se algo sai ou se inicia, sai de algum "lugar", tempo, espaço, ou seja lá o que for. Do mesmo modo, se tem um início, inicia de uma origem! Uma fonte! Essa origem, esse "ponto" ou foco inicial, é Deus, na minha designação. Caso não exista "algo" anterior, ficará uma grande ponta solta. Fica faltando alguma coisa. A Ciência, através da Física, chegou as estas mesmas conclusões... Eles ainda não tem uma definição precisa, uma ideia exata do que seja esta causa anterior, mas, para mim, é Deus! Sem dúvida alguma!

Continuando... Vejo as maravilhas do Universo, nos documentários sobre o assunto, e penso ser pouco crível que tudo isto, toda esta complexidade adveio simplesmente de uma explosão acidental, por puro acaso. A lógica recusa tal premissa. Podemos até nos violentarmos na aceitação desta negação, porém a própria lógica deixará em nós um "gostinho" de vazio, expressando a falta de sentido contido na premissa do acaso. Um acaso inteligente, é dures! E por isto mesmo, não sou ateu!

Ora, observando quaisquer processos do Universo - seja ele, a formação e evolução das galaxias, nebulosas, sistemas de sóis, planetas etc, apenas para ficarmos no imensamente grande - vemos uma ordem, uma coerência... uma inteligência... tudo no ponto exato, na medida precisa. E isso, me perdoem, não existe acidente algum que possa produzir algo assim. Em consequência, não dá para ser ateísta!

A Vida movimenta os elementos atômicos que aglutinando-se formam moléculas. Estas, unindo-se umas às outras, constroem algo mais complexo que agrupando-se dão origem a um organismo mais refinado, o qual, nos finalmente, se levanta na forma de um ser vivente. A priori, todos os elementos vieram da Terra, é fato! Na expressão do velho mito: E Adão foi criado do pó da terra. Porém, a Vida é antecedente. É anterior a todo esses processos. A propósito, podemos depreender que lhe é a causa. E se ela antecede o ser, que lhe permite a manifestação no campo material, com certeza, igualmente, irá sobreviver à "morte" desse mesmo ser que vivificou. Em outras palavras, sobrevive e não se sujeita à desagregação molecular do organismo que animou por um certo tempo. Aliás, podemos inferir que esta desagregação atômica se dá e ocorre, exatamente, em razão do afastamento ou do desligamento deste "algo" do organismo puramente material. Seja este Algo - Vida, Energia, Consciência etc - é alguma coisa! Se é alguma coisa... não dá pra ser ateu.

Na verdade, não existiria sentindo nenhum, se algo não sobrevivesse à morte do corpo material. Alguma coisa anima esse corpo e depois deixa de anima-lo e ele entra em colapso. Morre! Então, algo o agregava. O sustinha! Mas, o quê? A essa alguma coisa, chamo de espírito! Seja como for, se algo existe além da pura e simples matéria inerte ou molecular, como ser ateu?! 

Se me pedirem para provar que "algo a mais" existe, eu também reivindico provarem que não existe. Se conseguirem provar sua não existência, então passarei a ser ateu. Até lá... Entretanto, provar essa "não existência" é impossível. Sem ir muito longe, a própria lógica aponta para a existência de algo mais. Podemos não saber como é, ou do que é feito, qual sua constituição, que leis o rege, o que lhe afeta, altera etc,.. podemos ainda não entender seu funcionamento e coisas do tipo, mas, não é por isto ou com isto que iremos conseguir negar a existência desse algo mais. Então, não dá pra ser ateu!

Mesmo porque, algo em mim é consciente. Inteligente! Pensante! Além de consciente é auto-consciente, ou seja, consciente de si mesmo. Sente e se sente. Vibra! Vê! Percebe! É vivo! Raciocina! Tem lembranças... Então é algo existencial, que existe! Conforme disse, a isso dou o nome de espírito. Poderia ser outro nome, mas gosto desse: "espírito". Cujo significado é: Princípio animador ou vital que dá vida aos organismos físicos; sopro vital, alma. Bonito isso e diz tudo!!!

Bom, a matéria, da qual o corpo, ou o nosso cérebro e órgãos são formados, não pensa, não raciocina, não há como ela ter a sensação e consciência de si mesma, de existir. Essa impossibilidade é claramente vislumbrada quando observamos um carro, ou uma mesa, uma casa, uma pedra etc. É óbvio as diferenças entre essas coisas e um ser vivente. Seja ele uma planta, um animal - mesmo um inseto - ou, um homem. Algo os torna diferentes!

No ser vivente, "algo" existe que pode morrer. Deixando atrás de si uma carcaça. A parte puramente constituída de matéria, de elementos químicos. Quando esse algo parte, deixa para trás um corpo inerme, sem a vida que lhe dava movimento; a inteligência desaparece; a coesão vai, aos poucos, deixando de existir... No caso das plantas, fica a madeira que secará ao longo do tempo. Nos insetos e animais de maior porte, fica um corpo inerte. Sem vida! E aqui, é interessante notar as muitíssimas correlações existentes entre os diversos seres viventes. Então, algo semelhante e correlato existe em todos eles. E creio mesmo que esse algo, existente neles, pode evoluir e atingir patamares cada vez mais elevados, assim como esse mesmo algo, existente em nós outros, é passível de crescimento e evolução. E esse algo é indestrutível, pois se precede a existência do organismo material, por que não iria sobreviver à sua desagregação? Seu fim? Logo, por lógica, não dá pra ser ateu!

Por tudo isto e mais, não consigo ser ateu. Não é questão de fé, de acreditar. É questão de lógica, de bom-senso, de raciocínio! É evidente a existência de alguma coisa. Não estou discutindo aqui, como é essa alguma coisa, como ela funciona, para onde vai, de onde veio, quais os objetivos de sua existência... estas, são outras tantas questões que podemos pôr sobre a mesa. Mas, não são o que está em pauta.

Bem, bem. Como o texto já se encontra longo, vamos ficar por aqui, afirmando: Realmente, lamento muito, mas não dá pra ser ateu!